

Discover more from Sinto Muito
Passou. Acabou o ano de 2022 e agora eu já acho até bonito que 2023 tenha começado em um domingo. Não deu pra tirar nenhuma folga mas agregou ao simbolismo de ser um recomeço. O primeiro dia da semana, do mês e do ano. E de um novo governo, não vamos fingir que tudo isso é só sobre a rotação do planeta.
Aproveitando o embalo, inauguramos uma nova carinha para o Sinto Muito. Não gosto de dizer que é um novo logotipo porque não acho mesmo que seja. Até faço questão que não seja, pra dizer a verdade. Uma curiosidade para quem gosta de números redondos: em 2023 faz 20 anos que eu comecei a estudar formalmente design e mexer com essas coisas, mas quando estava fazendo este espaço, não quis trabalhar em um projeto de marca com manual de identidade e tudo mais. Escrevi o nome Sinto Muito em uma fonte mais ou menos descontraída e fui fazendo intervenções nela até achar que combinava com como eu estava me sentindo naquele momento. Ficaram aquelas letras meio tortas, com detalhes em azul e lilás que eu nunca parei para racionalizar.
Para essa nova, quis manter essas características (mesmo que não tenha um motivo ou explicação para elas) e deixar um pouco mais bem acabado. Além disso, queria que parecesse algo mais artesanal, mais caseiro. A gente vive cada vez mais conectado o tempo todo, e quanto mais se fala de metaverso, inteligência artificial e afins - e eu falo direto - mais eu quero compensar com atividades manuais, equipamentos analógicos, coisas de papel.
Até por isso, em dezembro eu fui na Feira Folhetaria de Arte Impressa, que aconteceu no CCSP, aqui em São Paulo. Agora, enquanto escrevia, tive que ir conferir no instagram da Folhetaria para ver quais foram as datas do evento, porque na minha cabeça ainda está tão vivo que estava achando estranho ser tão próximo do natal, mas foi no final de semana de 10 e 11 do último mês.
Ver tantes artistas reunides expondo suas obras - mais de cem expositores - de tão diferentes formatos, temas e suportes me deixou muito encantado, e a paixão com que cada pessoa fala do que está mostrando ali, mais ainda. Me parece que esse tipo de encontro é muito menos sobre vender e ganhar dinheiro do que sobre trocar ideias, conhecer outros projetos estéticos e se maravilhar com o que cada cabeça humana é capaz de inventar. Saí de lá revigorado e querendo ser parte daquela turma.
Daí que lembrei que no curso da Aline Valek que me motivou a criar essa newsletter ela levanta a possibilidade de fazer uma zine a partir de texto(s) nascidos para espaços digitais. Preciso mencionar novamente para não deixar a ideia esfriar, que já estou desde o ano passado sem encostar nesse projeto.
Já falamos sobre zines aqui, no Sinto Muito #38 e no Sinto Muito #42, por exemplo, porque é um formato que eu acho mesmo muito legal. Ao mesmo tempo mais artístico e despretensioso que um livrão de livraria. Aliás, talvez só a pretensão justifique eu ter lançado como livros (com ficha catalográfica, código de barras e etc.) algumas das minhas publicações que mencionei no Sinto Muito #45. Pretensão ou algo mais nobre que eu também não vou tentar formular em palavras agora, vá saber.
Quando for escrever ou desenhar alguma coisa em 2023, não quero pensar na burocracia de editais ou processos de seleção de publicação por editoras, quero conseguir me concentrar no objetivo principal de ser lido. Para isso, o melhor caminho que já encontrei foi este Sinto Muito.
De cara nova - Sinto Muito #51
adorei! feliz ano novo ♥️✨
senti muita coisa aquática nesse look novo. feliz ano, ami ✨